sábado, 29 de janeiro de 2011

O que você conhece sobre os Mórmons (SUDs) ?

Os, santos dos últimos dias, sabem que suas doutrinas e seus valores não são amplamente
compreendidos por pessoas que não partilham de sua fé. Isso foi demonstrado pelo estudo nacional de Gary C. Lawrence publicado em seu livro recente How Americans View Mormonism. [Como os Americanos Enxergam o Mormonismo]. Três quartos dos participantes da pesquisa associavam a Igreja a padrões morais elevados, mas cerca da metade achava que éram reservados e misteriosos e que tínham “crenças estranhas”.Quando lhes foi pedido que escolhessem várias palavras que, em sua opinião, descrevessem os santos dos últimos dias em geral, 87 por cento assinalaram “fortes valores familiares”, 78 por cento escolheram “honestidade” e 45 por cento marcaram “obediência cega”.
 Quando os entrevistadores da equipe de Lawrence perguntaram: “A seu ver, qual é a principal afirmação do mormonismo?” Somente 14 por cento foram capazes de descrever qualquer coisa próxima da ideia de restauração ou restabelecimento da religião cristã original. Da mesma
forma, quando outra pesquisa nacional perguntou aos participantes que palavra descrevia melhor sua impressão da religião mórmon, ninguém mencionou palavras ou ideias relacionadas ao cristianismo primitivo ou restaurado.
Minha decepção com esses achados só se atenuou em parte por outros achados de Lawrence e suas observações de que, no tocante à religião, os americanos tendem a ser “profundamente religiosos”, mas “extremamente ignorantes”. No grupo de entrevistados, 68 por cento disseram, por exemplo, que oravam pelo menos várias vezes por semana, e 44 por cento afirmaram assistir a serviços religiosos quase todas as semanas. Entretanto, só metade conseguia citar pelo menos um dos quatro evangelhos — a maioria era incapaz de identificar o primeiro livro da Bíblia, e dez por cento achavam que Joana d’Arc era a esposa de Noé.
 Muitos fatores contribuem para a ignorância reinante em assuntos religiosos, mas um deles é certamente a hostilidade ou indiferença para com a religião que existe no ensino universitário. Com apenas algumas exceções, as faculdades e universidades tornaram-se locais desprovidos de valores,
onde as atitudes para com a religião são, na melhor das hipóteses, neutras. Os alunos e outras pessoas religiosas que creem na realidade viva de Deus e em leis morais absolutas estão sendo
marginalizados.Parece irrealista esperar que o meio acadêmico como um todo reassuma um papel de destaque no ensino de valores morais. Isso vai continuar sendo um atributo do lar, das igrejas e das faculdades e universidades vinculadas a denominações religiosas. Só nos resta esperar que
tenham sucesso nessa missão vital. O meio acadêmico pode aspirar à neutralidade em questões de certo e errado, mas a sociedade não pode sobreviver com base em tal neutralidade.Escolhi três grupos de verdades para apresentar como princípios fundamentais da fé exercida pelos santos dos últimos dias

1. A natureza de Deus, incluindo o papel dos membros da Trindade, e a verdade correlata de que existem valores morais absolutos.
2. O propósito da vida.
3. A fonte tríplice da verdade sobre o homem e o universo: a ciência, as escrituras e a revelação contínua e como podemos conhecê-las.

1. A Natureza de Deus

Minha primeira premissa fundamental de nossa fé é a de que Deus é real, como são reais as verdades e os valores eternos que não podem ser provados por métodos
científicos atuais. Essas ideias estão inevitavelmente ligadas. Assim como outras pessoas que têm fé, proclamamos a existência do legislador supremo, que é Deus, nosso Pai Eterno, e a existência de leis morais absolutas. Rejeitamos o relativismo moral que está tornando-se o credo implícito de
boa parte da cultura moderna.Para nós, a verdade sobre a natureza de Deus e nosso relacionamento com Ele é a chave para tudo o mais. De modo significativo, nossa crença na natureza de Deus é
o que nos distingue dos credos formais da maioria das denominações cristãs. Nossas Regras de Fé começam da seguinte forma:
“Cremos em Deus, o Pai Eterno, e em Seu Filho, Jesus Cristo, e no Espírito Santo” (versículo 1).
Temos a crença na Trindade em comum com o restante da cristandade, mas seu significado para nós é diferente do partilhado pela maioria. Afirmamos que esses três membros da Trindade são três seres separados e distintos, e que Deus o Pai não é um espírito, mas um Ser dotado de um corpo tangível, assim como Seu Filho ressuscitado, Jesus Cristo. Embora tenham identidade
independente, Eles são unos em propósito. Afirmamos que Jesus fez alusão a essa relação quando orou ao Pai rogando que Seus discípulos “[fossem] um”, assim como Jesus e Seu Pai o são ( João 17:11) — unidos em propósito, mas não em identidade. Nossa crença singular de que “o Pai tem um corpo de carne e ossos tão tangível como o do homem; o Filho também; mas o Espírito Santo
não tem um corpo de carne e ossos, mas é um personagem de Espírito” (D&C 130:22) é vital para nós. Contudo, como demonstram as entrevistas de Gary Lawrence, não conseguimos até o momento explicar com eficácia essa crença a todos.
 Nossa crença na natureza de Deus provém do que chamamos de Primeira Visão, que deu início à Restauração da plenitude do evangelho de Jesus Cristo. Joseph Smith, um menino de quatorze anos de idade, sem instrução formal, que queria saber a qual igreja filiar-se, recebeu uma visão
na qual viu “dois Personagens” de “esplendor e glória” indescritíveis. Um Deles apontou para o outro e disse: “Este é Meu Filho Amado. Ouve-O!” ( Joseph Smith—História 1:17). Deus o Filho disse ao jovem profeta que todos os “credos” das igrejas daquela época “eram uma abominação a sua vista” ( Joseph Smith—História 1:19). Essa declaração divina condenava os credos, mas não os seguidores fiéis que neles acreditavam.A Primeira Visão de Joseph Smith mostrou que os conceitos dominantes sobre a natureza de Deus e da Trindade não eram verdadeiros, sendo incapazes de conduzir seus seguidores ao destino que Deus desejava para eles. Revelações subsequentes em escrituras modernas ressaltaram o significado dessa verdade fundamental e nos concederam
o Livro de Mórmon. Esse novo livro de escrituras é uma segunda testemunha de Jesus Cristo. Confirma as profecias e os ensinamentos bíblicos sobre a natureza e missão de Cristo. Aumenta nossa compreensão de Seu evangelho e de Seus ensinamentos durante Seu ministério terreno. Traz
também muitos ensinamentos e exemplos de revelações por meio das quais podemos saber a veracidade dessas coisas.
Esses ensinamentos explicam nosso testemunho de Cristo. Não estamos alicerçados na sabedoria do mundo ou nas filosofias dos homens —, por mais tradicionais ou respeitadas que sejam. Nosso testemunho de Jesus Cristo baseia-se nas revelações de Deus concedidas a Seus profetas e a nós, individualmente.O que nosso testemunho de Jesus Cristo nos leva a afirmar? Jesus Cristo é o Filho Unigênito de Deus, o Pai Eterno. Ele é o Criador. Por meio de Seu ministério mortal incomparável, Ele é nosso Mestre. Graças a Sua Ressurreição, todos os que já viveram ressuscitarão dos mortos. Ele é o Salvador, cujo sacrifício expiatório permite que sejamos perdoados de nossos pecados pessoais, a fim de sermos purificados e podermos regressar à presença de Deus, nosso Pai Eterno. Essa é a mensagem central dos profetas de todas as épocas. Joseph Smith declarou esta verdade grandiosa em nossa terceira regra de fé: “Cremos que, por meio da Expiação de Cristo, toda a humanidade pode ser salva por obediência às leis e ordenanças do evangelho”.Como membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, testificamos juntamente com o rei Benjamim, profeta do Livro de Mórmon, “que nenhum outro nome se dará, nenhum outro caminho ou meio pelo qual a salvação seja concedida aos filhos dos homens, a não ser em nome e pelo nome de Cristo, o Senhor Onipotente” (Mosias 3:17).Por que Cristo é o único caminho? Como Ele conseguiu romper os laços da morte? Como Lhe foi possível tomar sobre Si os pecados de toda a humanidade? Como pode nosso ser impuro e pecador ser purificado e nosso corpo ser ressuscitado por Sua Expiação? Esses são mistérios que não compreendo plenamente. Para mim, o milagre da Expiação de Jesus Cristo é incompreensível, mas o Espírito Santo concedeu-me um testemunho de sua veracidade, e regozijo-me por poder passar minha vida proclamando-o.

2. O Propósito da Vida Mortal

Minha segunda premissa fundamental diz respeito ao propósito da vida mortal. Resulta de nossa compreensão dos desígnios de Deus, o Pai Eterno, e relaciona-se a nosso destino como Seus filhos. Nossa doutrina começa com a garantia de que, antes de virmos a esta Terra, vivemos como
espíritos. Afirma que esta vida mortal tem um propósito. E ensina que nossa aspiração mais elevada é a de tornar-nos como nossos pais celestiais, o que nos permitirá perpetuar nosso relacionamento familiar por toda a eternidade. Fomos enviados à Terra para adquirir um corpo físico e — por
meio da Expiação de Jesus Cristo e pela obediência às leis e ordenanças de Seu evangelho — para qualificar-nos para a condição glorificada e os relacionamentos celestiais que se chamam exaltação ou vida eterna
Somos conhecidos, com razão, como uma Igreja centralizada na família, mas o que nem sempre se compreende bem é que nosso enfoque na família não se limita aos relacionamentos mortais, mas também é uma questão teológica fundamental. No grande plano do amoroso Criador, a missão de Sua Igreja é ajudar-nos a alcançar a exaltação no reino celestial, e isso só pode acontecer por meio do casamento eterno entre um homem e uma mulher (ver D&C 131:1–3).Minha fiel mãe viúva não tinha a menor dúvida sobre a natureza eterna dos relacionamentos familiares. Sempre honrava a posição de nosso pai fiel falecido. Ela tornou-o presente em nosso lar. Falava da duração eterna de seu casamento no templo e de nosso destino juntos como família na vida vindoura. Sempre nos ajudava a lembrar o que nosso pai gostaria que fizéssemos a fim de estarmos à altura da promessa do Salvador de que seríamos uma família eterna. Ela jamais se referiu a si mesma como viúva, e nunca me veio à ideia que o fosse. Para mim, em minha infância e adolescência, ela não era viúva.
Ela tinha marido, e nós tínhamos pai. Ele apenas estava afastado temporariamente.Afirmamos que o casamento é necessário para o cumprimento do plano de Deus de proporcionar o ambiente aprovado
para o nascimento mortal e de preparar os membros da família para a vida eterna. O conhecimento do plano de Deus dá aos membros da Igreja uma perspectiva única sobre o casamento e os filhos. Consideramos a concepção e a criação de filhos parte do plano de Deus e um dever sagrado para aqueles que receberam o poder de participar dele. Cremos que os maiores tesouros do céu e da Terra são nossos filhos e nossa posteridade. E acreditamos que temos de lutar para ter o tipo de família mortal que proporcionará as melhores condições para o desenvolvimento e a felicidade das crianças de todas as crianças.
A capacidade de criar a vida mortal é o mais sublime poder concedido por Deus a Seus filhos. O uso desse poder criador foi ordenado no primeiro mandamento: “Frutificai e multiplicai-vos” (Gênesis 1:28). Outro mandamento importante proibiu seu mau uso: “Não adulterarás” (Êxodo 20:14) e “[abstende-vos] da prostituição” (I Tessalonicenses 4:3). A ênfase que damos a essa lei de castidade explica-se por nossa compreensão do propósito de nosso poder criador no cumprimento do plano de Deus.Há muitas pressões políticas, jurídicas e sociais no sentido de efetuar mudanças que confundem a identidade sexual, diminuem a importância do casamento ou mudam sua definição ou nivelam as diferenças entre homens e mulheres, que são essenciais para o cumprimento do grande plano de felicidade de Deus. Nossa perspectiva eterna faz com que nos oponhamos a tais mudanças.Por fim, nossa compreensão do propósito da vida mortal inclui algumas doutrinas singulares sobre o que ocorre após a mortalidade. Assim como os demais cristãos, cremos que, ao deixar esta vida, vamos para um céu (paraíso) ou para um inferno. Mas para nós essa divisão
binária de justos e iníquos é meramente temporária: ocorrerá apenas enquanto os espíritos dos mortos aguardam a ressurreição e o Juízo Final (ver Alma 40:11–14). Os destinos atribuídos por ocasião do Juízo Final serão bem mais diversos, e trata-se de uma demonstração da magnitude do amor de Deus por Seus filhos — todos eles.O amor de Deus é tão grande que Ele exige que Seus filhos obedeçam a Suas leis porque somente por meio da obediência poderão progredir rumo ao destino final que Ele deseja para eles. Assim, no Juízo Final seremos designados ao reino de glória que corresponder a nosso grau de obediência a Sua lei. Na segunda epístola aos coríntios, o Apóstolo Paulo narrou a visão de um homem “arrebatado ao terceiro céu” (II Coríntios 12:2). No contexto da ressurreição dos mortos, ele descreveu “corpos” com glórias diferentes,
como a respectiva glória do sol, da lua e das estrelas. Referiu-se aos dois primeiros como “corpos celestes e corpos terrestres” (ver I Coríntios 15:40–42). Para nós, a vida eterna na glória celeste, a mais elevada, não é uma união mística com um deus-espírito incompreensível. Na verdade, a vida eterna é a vida familiar com um Pai Celestial amoroso e com nossos progenitores e nossa posteridade. A teologia do evangelho restaurado de Jesus Cristo é abrangente, universal, misericordiosa e verdadeira. Se seguirem a experiência necessária da vida mortal, todos os filhos de Deus ressuscitarão um dia e irão para um reino de glória mais maravilhoso do que qualquer mortal é capaz de conceber. Com poucas exceções, até mesmo as pessoas muito más acabarão indo para um reino de glória maravilhoso embora menor. Tudo isso ocorrerá em virtude do grande amor de Deus por Seus filhos, e tudo foi possibilitado pela Expiação e Ressurreição de Jesus Cristo, “que glorifica o Pai e salva todas as obras de suas mãos” (D&C 76:43).

3. Fontes da Verdade

Os santos dos últimos dias interessam-se muito pela busca de conhecimento. Brigham Young (1801–1877) expressou isso como ninguém: “[Nossa] religião (…) [incentiva-nos] a procurar diligentemente adquirir conhecimento. Não existe no mundo outro povo mais ansioso para ver, ouvir, aprender e compreender a verdade”.
 Em outra ocasião, explicou que exortamos nossos membros a “[crescerem] em conhecimento (…) em todos os ramos (…), [pois toda] a sabedoria, todas as artes e ciências do mundo pertencem a Deus e têm como propó-sito o benefício de Seu povo”.
 Buscamos conhecimento, mas o fazemos de um modo todo especial, pois cremos que há duas dimensões de conhecimento: a material e a espiritual. Buscamos conhecimento na dimensão material pelo estudo científico, e na dimensão espiritual pela revelação. A revelação é a comunicação de Deus com o homem — concedida a profetas e a todos nós, caso a busquemos.
A revelação é nitidamente uma das características distintivas de nossa fé. O Profeta Joseph Smith foi orientado e edificado por um fluxo contínuo de revelações no decorrer de sua vida. A profusão de revelações que ele recebeu e que foram publicadas, inclusive o Livro de Mórmon e Doutrina
e Convênios, é uma demonstração de seu chamado único como Profeta desta última dispensação dos tempos. Nessas revelações proféticas — concedidas a Joseph Smith e seus sucessores que presidiram a Igreja — Deus revelou verdades e mandamentos a Seus profetas-líderes para o esclarecimento de Seu povo e para o governo e a direção de Sua Igreja.
Esse é o tipo de revelação descrita no ensinamento do Velho Testamento de que “o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas” (Amós 3:7). Joseph Smith declarou: “A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias foi alicerçada sobre a revelação direta, como sempre aconteceu com a verdadeira Igreja de Deus”.
 Ele indagou: “Tirem o Livro de Mórmon e as revelações e onde está nossa religião?” E respondeu: “Não temos nenhuma”.
 Joseph Smith também ensinou que, como a revelação não cessou com os primeiros apóstolos, mas continua em nossos dias, cada pessoa pode receber revelação pessoal para sua conversão, compreensão e tomada de decisões. “É privilégio dos filhos de Deus achegar-se a Ele e receber revelação”, afirmou ele. “Deus não faz acepção de pessoas; todos temos o mesmo privilégio.”
 O Novo Testamento descreve esse tipo de revelação. Quando Pedro, por exemplo, afirmou sua convicção de que Jesus era o Filho de Deus, o Salvador declarou: “Porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus” (Mateus 16:17).A revelação pessoal — às vezes chamada de “inspiração” — chega de várias formas. Na maioria das vezes, é por meio de palavras e pensamentos que chegam à mente por lampejos súbitos ou sentimentos positivos ou negativos sobre linhas de ação propostas. Em geral, vem em resposta a pedidos sinceros e fervorosos. Jesus ensinou: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Mateus 7:7). A revelação chega a nós quando guardamos os mandamentos de Deus e assim merecemos a companhia e a comunicação do Espírito Santo.Alguns não entendem como os membros da Igreja aceitam os ensinamentos de um profeta moderno para guiar sua vida pessoal — algo incomum na maioria das
tradições religiosas. Nossa resposta para a acusação de que os membros da Igreja seguem seus líderes num ato de “obediência cega” é justamente a revelação pessoal. Respeitamos nossos líderes e consideramos que são inspirados em sua administração da Igreja e em seus ensinamentos. Mas todos temos o privilégio e o incentivo de confirmar os ensinamentos deles buscando e recebendo confirmação, em espírito de oração, diretamente de Deus, por revelação pessoal.A maioria dos cristãos crê que Deus encerrou o cânone das escrituras — a coleção autorizada de livros sagrados usados como escrituras — pouco depois da morte de Cristo e que desde aquela
época não houve revelações comparáveis. Joseph Smith ensinou e demonstrou que o cânone de
escrituras permanece aberto.
De fato, está aberto de duas formas, e a ideia da revelação contínua é crucial para ambas. Primeiramente, Joseph Smith ensinou que Deus guiará Seus filhos adicionando revelações ao cânone de escrituras. O Livro de Mórmon é um desses acréscimos. O mesmo se dá com as revelações contidas em Doutrina e Convênios e na Pérola de Grande Valor. A revelação contínua é necessária para recebermos o que Senhor deseja que compreendamos e façamos em nosso próprio tempo e em nossas circunstâncias.Em segundo lugar, a revelação contínua abre o cânone
à medida que os leitores das escrituras, sob a influência do Espírito Santo, encontram novo significado e nova orientação para suas circunstâncias pessoais. O Apóstolo Paulo escreveu que “toda a Escritura é divinamente inspirada” (II Timóteo 3:16; ver também II Pedro 1:21) e que “ninguém sabe as coisas de Deus, senão [aquele que tem] o Espírito de Deus” (I Coríntios 2:11; ver a nota de rodapé de Joseph Smith Translation). Isso significa que, a fim de compreendermos as escrituras, precisamos de inspiração pessoal do Espírito do Senhor para iluminar-nos a mente.
Consequentemente, incentivamos nossos membros a estudar as escrituras e, em espírito de oração, buscar inspiração para saber o significado delas por si mesmos. O conhecimento mais sublime nos vem pela revelação pessoal por intermédio do Espírito Santo.Jesus ensinou: “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mateus 7:20). Para mim, para incontáveis seguidores e para muitos observadores, os frutos são bons — bons para os membros, para as famílias, para as comunidades e para as nações. Os milhões de dólares em mantimentos e serviços que A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e seus membros despendem com serenidade e eficácia, em resposta a tragédias como o terremoto do Haiti, ocorrido em janeiro de 2010, são uma evidência desse fato.
Como apóstolo, sou chamado para servir de testemunha da doutrina, da obra e da autoridade de Cristo em todo o mundo. Nessa atribuição, presto testemunho da veracidade dessas premissas de
nossa fé


Escrito por:  Élder Dallin H. Oaks (Apostolo)
                    A liahona jan/2011

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Divórcio.

Infelizmente, tem sido prática atual a liberalidade das pessoas, inclusive entre alguns Mórmons (SUDs) a respeito do divórcio, mas a igreja Mórmon não é condizente com tais liberações.
Como disse antes em meu comentário, mesmo entre os Mórmons, existe essa prática, e mesmo sendo na minoria dos casos ,  não podemos deixar de lado tal prática abominável. O Senhor ensinou que o divórcio, com a finalidade de novo casamento, somente pode ser aceito em caso de fornicação (Mt 19:9), e que qualquer outro caso só é permitido por causa da dureza do coração dos homens (Mt 19:8), e que esses tais não devem se casar de novo, pois tal ato implica em uma realização de adultério, tanto para o divorciado quanto para a pessoas que o aceita (Mt 19:9).
Como já expliquei em outros tópicos aqui postados, os Mórmons (SUDs) pregam o casamento eterno, e isso seria motivo suficiente para que entre esses não houvesse divórcios, mas infelizmente o diabo tem exercido poder sobre alguns, e assim conseguido destruir alguns lares que fizeram votos eternos perante Deus.
O diabo infelizmente também conhece sobre a importância do casamento no plano eterno de Deus, "Todavia, nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no Senhor. (1 Cor 11:11) ", e sendo assim tenta de muitas formas destruí-lo, sim, consegue fazer com que coisas que não possuem nenhum valor eterno, sejam mais importantes para certos casais, do que uma futura benção eterna ,entre os motivos usados por Satanás, para ludibriar a mente dos filhos de Deus estão: - a falta de dinheiro, - o desejo pela participação em baladas, - o consumo de drogas, - a falta de capacidade de compartilhar o tempo, - etc.
Apesar de ser esse o pensamento da igreja Mórmon ( SUD ) ,com relação ao divórcio,  quero deixar claro que acima de tudo deve-se levar em conta o arbítrio das pessoas, pois a igreja acredita como disse Joseph Smith no seguinte: "Ensino o povo princípios corretos, e eles governam a si mesmos" , além disso, em Doutrina e Convenios (que é um livro de revelações suds) podemos encontrar o seguinte na seção 101 vers 78: "Para que todo homem aja, em doutrina e princípio relativos ao futuro, de acordo com o arbítrio moral que lhe dei, para que todo homem seja responsável por seus próprios pecados no dia do juizo.". Portanto as pessoas é que devem decidir, querem separar-se pelos motivos mais fúteis? Que se separem!!! mas que tenham em mente que terão que prestar contas por isso no dia do juízo de Deus.





segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O que É o Novo Testamento, na doutrina mormon ?



Nos anos imediatamente subsequentes à morte de Jesus, o termo “Novo Testamento” não se referia a uma coletânea de livros sobre a vida e morte do Senhor, porém mais precisamente a algo que Ele disse a Seus discípulos na noite da Última Ceia: “Porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados” (Mateus 26:28; grifo do autor). As palavras gregas traduzidas como “novo testamento” na verdade dizem respeito a um convênio, o novo convênio que o Salvador nos proporcionou por meio da Expiação. As escrituras registradas na Bíblia e conhecidas como Novo Testamento descrevem, documentam e ensinam sobre o novo convênio entre o Senhor e Seu povo.Os escritos preservados no Novo Testamento enfocam diferentes aspectos do ministério do Salvador. O Novo Testamento começa com os Evangelhos, termo que significa “boas novas”, com referência à vida, ao ministério e ao papel divino de Jesus Cristo. O Novo Testamento também contém o relato histórico dos primeiros esforços missionários da Igreja (o livro de Atos); cartas dos primeiros líderes, como Pedro e Paulo, que exortavam os cristãos da época (também chamados de santos) a permanecerem firmes na fé; um testemunho (Hebreus)e o Apocalipse, que promete o retorno do Senhor nos últimos dias. Cada um dos autores tinha uma perspectiva diferente a oferecer, e cada um escreveu com um público-alvo específico — não se tratava de uma tentativa de preencher lacunas visíveis no registro histórico. 
Em meados do Século IV d.C., os 27 livros que registram o novo convênio do Senhor foram reunidos e postos na ordem em que aparecem hoje.


Como o Novo Testamento Chegou até Nós?


De um grupo maior de discípulos, Jesus chamou doze homens para serem apóstolos. Aqueles homens O 
seguiram no decorrer de Seu ministério, sofreram com Ele e também colheram vitórias e experiências espirituais marcantes. Após a morte de Jesus, os apóstolos, juntamente com outros fiéis seguidores, começaram a registrar suas experiências. Dois acontecimentos podem ter despertado neles o desejo 
de preservar seus registros sobre a vida de Jesus: Primeiramente, a queda de Jerusalém e a destruição do templo por um exército romano em 70 d.C. Em segundo lugar, o fato de as forças da apostasia já estarem em ação (ver Atos 20:29–30). Portanto, muitos dos escritos do Novo Testamento foram registrados para ajudar os fiéis a se orientarem em meio às calamidades e controvérsias da época. Revendo suas experiências, podemos aprender como eles enfrentaram momentos difíceis e como as boas novas do evangelho se tornaram uma força estabilizadora na luta contra as forças da apostasia.Perto do fim do Século I d.C., todos 
os escritos hoje preservados no Novo Testamento foram concluídos e passaram a ter ampla circulação entre 
os ramos da Igreja. Escribas fizeram cópias dos textos em papiro e posteriormente em pergaminhos, mas havia relativamente poucos exemplares disponíveis. Os membros da Igreja reuniam os livros que estavam a seu alcance e estudavam as palavras do Senhor e dos apóstolos. Um grande obstáculo à propagação das escrituras foi a perseguição aos cristãos por parte do imperador romano Diocleciano em 303 d.C. Ele ordenou que as escrituras cristãs fossem queimadas e forçou os cristãos a oferecerem sacrifícios 
a deuses pagãos. Muitos fiéis esconderam os textos sagrados durante aqueles anos de perseguição. Tempos 
depois, quando o primeiro imperador cristão, Constantino, ordenou a compilação de novas escrituras, seus 
eruditos conseguiram recuperar livros que tinham sido usados nos ramos antes do edito de Diocleciano. Nossas edições impressas modernas do Novo Testamento têm como antepassados os exemplares da Bíblia copiados na época de Constantino e, portanto, eles se devem às pessoas que sacrificaram sua segurança para preservar o novo convênio do Senhor.Pouco depois de Constantino determinar que o NovoTestamento fosse copiado e distribuído novamente, os livros que compõem nossa Bíblia atual passaram a ser organizados na ordem que vemos hoje. Essa ordem segue o padrão estabelecido pelo Velho Testamento. O Novo Testamento contém a Lei (os Evangelhos), a história do cristianismo (Atos) e os Profetas (de Romanos a Apocalipse). Tanto o Velho quanto o Novo Testamentos terminam com uma promessa do retorno do Senhor (Malaquias e Apocalipse). A disposição dessas obras proféticas também ressalta a esperança de salvação e de revelações futuras.


Quem Redigiu o Novo Testamento?


Cada autor do Novo Testamento escreveu com uma perspectiva distinta da missão salvadora de Jesus Cristo. Dois dos Evangelhos foram redigidos pelos apóstolos: Mateus e João. Esses depoimentos apostólicos constituem testemunhos oculares da vida de Jesus. Dois seguidores do Senhor tempos depois também escreveram Evangelhos: Marcos e Lucas, que testificaram sobre o que sentiram e ouviram. Esses dois homens foram em determinado momento companheiros de Paulo (ver Atos 12:25; II Timóteo 4:11) e refletem em parte os interesses do número crescente de santos que viviam fora da Judeia e que não tinham conhecido o Senhor em vida. Na verdade, seus relatos trazem um vívido testemunho Daquele em quem eles acreditavam.É provável que as cartas de Paulo sejam os escritos mais antigos do Novo Testamento, embora nem todas tenham sido escritas na mesma época. Seu testemunho originou-se de sua experiência pessoal como missionário, de várias visões marcantes (ver Atos 9:1–6; II Coríntios 12:1–7) e do convívio próximo com Pedro e outros (ver Gálatas 1:18–19). Ele escreveu principalmente para resolver desentendimentos nos ramos, mas em outras ocasiões escreveu para amigos pessoais (Timóteo e Tito). Numa epístola, Paulo 
pede que um proprietário de escravo aceite a volta de um escravo fugido que Paulo conhecera enquanto estavam na prisão (Filemom). O livro de Hebreus é tradicionalmente atribuído a Paulo, embora a introdução usual em que ele se identifica como o autor não esteja presente. Seja como for, o livro testifica sobre como podemos achegar-nos corajosamente ao Senhor por meio da fé. O livro de Hebreus, que no Novo 
Testamento aparece depois das epístolas de Paulo, é um tratado sobre a fé diante da adversidade.A curta Epístola de Tiago também foi escrita bem nos primórdios e contém referências a ensinamentos de Jesus no Sermão da Montanha que foram transmitidos oralmente, à parte do Evangelho escrito por Mateus (ver Tiago 1:13; 4:12; 5:12). Tiago, o irmão mais novo do Senhor, é o provável autor dessa epístola. Ele teve o privilégio de ver e reconhecer o Salvador ressuscitado (ver I Coríntios 15:7) e desempenhou um papel importante em muitos acontecimentos da história da Igreja (ver Atos 15:13–29).
O Novo Testamento também contém duas epístolas escritas pelo Apóstolo Pedro e três redigidas pelo 
Apóstolo João. Ambos exortaram os cristãos a serem fiéis; Pedro, em particular, estava preocupado com a fidelidade em momentos de provação.Judas é um dos últimos livros escritos no Novo Testamento. Assim como no caso de Tiago, é provável que esse livro tenha sido escrito por um dos irmãos do Senhor (“Judas” em Marcos 6:3). Judas escreveu com o intuito de combater uma apostasia crescente nos ramos.Por fim, o Novo Testamento termina com a revelação recebida pelo Apóstolo João, que registrou uma visão da volta do Senhor em glória para dar início a Seu reino milenar. Essa visão descreve com nítidos pormenores a luta entre o bem e o mal. A maioria dos capítulos trata de acontecimentos que João nem viria a presenciar, inclusive acontecimentos dos últimos dias — os nossos dias.


Para Quem Foi Escrito  o Novo Testamento?


Como o Novo Testamento é, na verdade, um novo convênio entre o Senhor e os que Nele têm fé, os livros destinam-se a todos os que procuram conhecê-Lo, seja em dispensações passadas, seja nesta. No 
princípio, os autores do Novo Testamento escreveram textos que pudessem ser de uso imediato nos ramos 
da Igreja na época, com o entendimento de que estavam registrando os acontecimentos mais importantes 
da história da humanidade. João, por exemplo, considerava seus escritos um testemunho: “Estes, porém, 
foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em 
seu nome” ( João 20:31). Outros, como Lucas, escreveram a fim de documentar a história:“Tendo, pois, muitos empreendido pôr em ordem a narração dos fatos que entre nós se cumpriram, Segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio, e foram ministros da palavra,Pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a ti (…), por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio” (Lucas 1:1–3).
Os primeiros cristãos eram de origens diversas: alguns vinham de família judia, ao passo que outros tinham sido criados num lar gentio, enquanto outros tiveram na vida pouquíssimo contato formal com a religião antes de serem batizados. Na verdade, eram de uma diversidade tão grande quanto a encontrada hoje no meio dos santos. Portanto, seus labores e suas dificuldades podem ensinar-nos lições relevantes sobre a maneira de vencermos a iniquidade e permanecermos fiéis apesar das tribulações e tentações. Mostram-nos também as dificuldades dos ramos enquanto eram pequenos e da segurança que existe na observância das palavras 
dos apóstolos e profetas.


Um Testemunho para Hoje.


 O Novo Testamento revela que, em épocas de incerteza, mesmo que alguns não dessem ouvidos à mensagem do evangelho, havia segurança para aqueles que “perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” (Atos 2:42). Outros exemplos nos ensinam que até os justos são testados (ver I Coríntios 10:13) e que, em sua essência, a mensagem do evangelho é tão simples hoje quanto o era há dois mil anos: “A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo” (Tiago 1:27). Assim como Doutrina e Convênios, em que o Profeta Joseph Smith prestou testemunho de “que ele vive!” (D&C 76:22), o Novo Testamento presta um testemunho semelhante de que a tumba estava vazia na manhã de Páscoa: “Ele não está aqui, porque já ressuscitou” (Mateus 28:6)


Escrito por:

Thomas A. Wayment
Professor Adjunto de Escrituras Antigas,
Universidade Brigham Young
Revista A liahona, jan 2011